Vasco domina o Fortaleza, vence por 3x0 e respira fora da zona de rebaixamento

Em noite inspirada no Caldeirão de São Januário, o Gigante da Colina reencontra o caminho da vitória após nove rodadas e ganha fôlego no Brasileirão.

A torcida do Vasco da Gama pôde, enfim, soltar o grito preso na garganta. Após uma sequência angustiante de nove jogos sem triunfo no Campeonato Brasileiro, o Cruzmaltino voltou a sorrir em grande estilo neste sábado (17), ao aplicar um sonoro 3 a 0 sobre o Fortaleza em São Januário. A vitória não só tirou o time da zona de rebaixamento como renovou a confiança da equipe e da torcida para a sequência da competição.

Início fulminante e domínio tático

Logo aos dois minutos de jogo, Nuno Moreira balançou as redes e incendiou a Colina Histórica. Com uma postura agressiva desde o apito inicial, o Vasco comandado por Fernando Diniz sufocou o adversário e se impôs taticamente. O Fortaleza, desorganizado defensivamente, viu suas linhas expostas e teve dificuldades para reagir.

No segundo tempo, quem brilhou foi Germán Cano Vegetti. O atacante argentino marcou dois gols, ampliando o placar e garantindo a vitória com autoridade. A atuação segura, eficiente e ofensiva do Vasco marcou um dos melhores jogos da equipe nesta temporada.

Confusão, expulsões e polêmica com a arbitragem

O confronto ainda teve momentos de tensão. Em um lance de forte disputa, o atacante Marinho, do Fortaleza, e o meia Coutinho, do Vasco, se desentenderam após uma entrada dura. A situação fugiu do controle e culminou na expulsão de ambos os jogadores, após revisão do árbitro Anderson Daronco no VAR.

A arbitragem dividiu opiniões, com torcedores e comentaristas debatendo a rigidez nas punições. Mesmo com a confusão, o Vasco manteve o controle da partida e não permitiu qualquer tentativa de reação do adversário.

Vojvoda reconhece falhas do Fortaleza

Após o apito final, o técnico do Fortaleza, Juan Pablo Vojvoda, reconheceu os erros da equipe cearense, principalmente nos momentos iniciais das duas etapas. Segundo o treinador argentino, sofrer gols tão cedo comprometeu o plano de jogo e dificultou qualquer reorganização. Ele também lamentou a falta de precisão nas finalizações, mesmo com algumas oportunidades criadas.

Com a expulsão de Marinho e a desvantagem no placar, o Fortaleza se mostrou frágil emocionalmente e não conseguiu reagir diante de um adversário inspirado e empurrado pela torcida.

Audiência modesta na TV aberta

Apesar do desempenho convincente do Vasco, a partida não rendeu bons números de audiência para a Record, que transmitiu o jogo em rede aberta. Na Grande São Paulo, a emissora registrou 4,21 pontos de audiência, ficando levemente à frente do SBT, mas bem distante da líder Globo, que marcou 18,48 pontos no mesmo horário.

O dado acende um alerta sobre a preferência do público televisivo e reforça os desafios de transmissão dos jogos fora dos canais tradicionais.

Olhar do Eterno Vascaíno

Este jogo representa mais do que três pontos para o Vasco. Foi uma vitória com alma, com entrega e, acima de tudo, com respeito à camisa pesada que carrega mais de 120 anos de história. Ver São Januário pulsando, com o time jogando com raça e determinação, resgata a essência do que é ser vascaíno.

Nuno Moreira mostrou que pode ser uma peça importante, e Vegetti reafirmou sua importância como referência ofensiva. Diniz, por sua vez, parece ter reencontrado o espírito combativo que o elenco precisava. A atuação foi sólida, madura e inspiradora.

Saímos da zona, mas o campeonato está longe de terminar. Que este jogo seja um divisor de águas, um ponto de virada na caminhada do Vasco no Brasileirão. A torcida, como sempre, está pronta para carregar o time nos braços.

Porque, no final das contas, o Vasco é resistência, é paixão e é eternamente gigante.